domingo, 30 de novembro de 2008

DUAS NOTAS DE FIM DE NOVEMBRO


1 - Não é todos os dias que se ultrapassam 25 mil visitas a um blog, sobretudo a um espaço temático, como é este que comando em jeito de meu alter ego.
No meio de tantas incertezas que vou vivendo, a paixão pelos aviões sobrevive ao tumulto diário que me vai assomando.

2 - Sempre tive a ideia de que o mês de Novembro é o mais negativo do calendário. Na minha aldeia, as recordações que tenho reportam-me, invariavelmente, para um céu negro, com os corvos a sobrevoar as casas, (dizia a minha avó que era sinal que haveria de morrer gente. Era mau sinal...) as árvores batidas ao vento e ao frio que toma o ar de assalto.
Há verdade nesta espécie de fatalidade que o pulsar do Outono nos traz.
Vem aí Dezembro e, de repente, a janela natalícia abre-nos todos os sentimentos bons, embrulha-os em prendas e no consumismo, conforta a alma nas luzes das ruas e dos centros comerciais.
De um mês de mortos e negativismos, surgem mil luzes de esperança.
Estranho relógio este que nos guia!...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

BOLA


Nutro um desprezo controlado pelo futebol. Raramente escrevo sobre ele, não vou aos estádios e não presto nenhuma espécie de vassalagem aos jogadores ou aos seus dirigentes. Não é o desporto em si que me repugna, mas sim os calhaus e demais identidades rochosas que gravitam à sua volta.
Esta semana, dois clubes portugueses (Sporting e Benfica) foram brindados com derrotas de mão cheia, como aliás, há pouco tempo um outro clube (FCPorto)foi goleado em Londres. Coincidentemente (ou não), os três maiores clubes nacionais, aqueles que dizem com o peito meio cheio que "representam a nação".
Por muitas lérias que os especialistas do regime futeboleiro debitem, por mais verborreicas e imaginativas sejam as páginas dos três diários desportivos (reveladores da doença instalada), o que sobra e o que se regista na espuma da memória é a triste figura do futebol português.
Três goleadas a juntar a meia dúzia que a selecção empacotou em Brasília recentemente.
Postas estas "tragédias" no tampo da mesa, dirigentes e demais abutres do cadáver futeboleiro dizem nada e pairam, teimosos, sobre o cadáver. Enfiam caras tristes, cabisbaixas, dizem umas vacuidades, esperam que o tempo apague as catástrofes da memória.
Estranhamente, (ou não!) tudo lhes corre de feição, porque nada muda... A memória no futebol é tão curta como as cabeças que a guardam!

O EMBUSTE

Continua o passeio tecnológico do governo. Na falta de melhor e mais palpável na carteira e na vida dos cidadãos, Sócrates e os seus servos anunciam e inauguram vacuidades mais ou menos folclóricas.
Há dias os "carros eléctricos", ontem o "maior parque eólico da Europa". Tudo é "maior" em Portugal, excepção feita à dimensão de algumas cabeças que nos governam.
Entre um país imaginário, existente na cabeça grisalha do Primeiro-Ministro e o país real que todos os dias palpita, vai um enorme choque de diferenças, algumas delas com zeros de tecnologia...
E não há geradores eólicos que produzam suficiente energia para lhe meter isso na sua formatada cabeça.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

AC/DC - Alta Voltagem


No meu MP3 tenho recuperado esse grande concerto dos AC/DC no mítico festival de Doninghton Park, em 1991.
17 anos depois e sem esta banda australiana ser das minhas favoritas, sabe bem ouvi-los agora que estão de regresso com "Black Ice", na linha dos trabalhos anteriores. Aliás, nem outra cisa seria de esperar.
Registo também que para além do Angus Young, o lendário guitarrista, Brian Johnson, que substituiu o malogrado Bon Scott, manteve aceso o registo vocal "arranhado" que caracteriza os AC/DC.
Sendo a comparação um pouco puxada, estamos em presença de uma espécie de "Vinho do Porto do Rock", isto é, quanto mais velho, melhor!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

ESTAR NO NORMAL


Depois de uns dias de euforia, este blog retoma a sua normalidade de pastorícia.
Poucos leitores, pouco interesse e um "acabrunhamento" tácito do seu autor.
Vão passando por cá que eu também vou tentar fazê-lo!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

(NÃO) PERCEBER ALGUMAS COISAS

1 - A Ministra da Educação apareceu ontem feito anjo. Cheguei a ver uma leve expressão de auréola a pairar sobre a sua soturna cabeça ministerial.
Ao lado dela, de trombeta em riste, uma espécie de sósia do Primeiro Ministro. As cópias nunca são melhores que um já de si mau original. Ou fugimos ou esperamos cautelosos para ver e ouvir.
Os dois como a (má) imagem de um governo.
A Ministra, por mais concessões que faça (estas são mera esmola que não ocultam a míngua latente), nunca terá a confiança ou sequer aceitação de uma classe praticamente inteira, se exceptuarmos os colegas de cartão mais ferrenhos. Ninguém come sopa cuspida pela cozinheira.
Portanto, a coisa não comoveu pelas medidas, apenas mostrou o arrasto de uma figura que jamais sairá digna do filme que ela própria produziu e realizou.

2 - Cavaco, perante este tumulto na educação, parece um jarrão de canto de sala. Está lá, não se sabe se decora ou estorva e algumas vezes hesitamos entre mudá-lo para o sótão ou limpar-lhe o pó para lhe garantir mais uns tempos de dignidade e de silêncio petrificado.

3 - Sócrates esconde-se atrás dos "Magalhães" como gato escondido com rabo de fora. Todos sabem que lá está, mas ninguém lhe faz carícias. Às vezes é um pé que se solta...

4 - Perante isto só me sai, como dizia o filme: Boa Noite e Boa Sorte!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

PRETO

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BRANCO

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domingo, 16 de novembro de 2008

AO DOMINGO, NO PENACOVA ACTUAL...

... dá-me para escrever aqui.
O Pedro Viseu não há meio de perceber que pouco tenho a dizer que valha a pena ser lido pelos "indígenas" penacovenses...
Seja como for, agradeço-lhe a "janela".

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

SUB-MUNDOS

Ontem , quando percorria os títulos dos jornais no quiosque do bairro, o meu olhar parou de repente no título a página inteira e com fotografia, de um diário desportivo.
O referido jornal titulava, entre uma certa ideia de gravidade e um zelo "estranho", que determinado jogador tem o pescoço protegido por via de uma lesão.
É certo que a imprensa desportiva tem de sobreviver a todo o custo. E neste caso, "todo o custo" quer dizer efectivamente isso.
É quase surreal que num país como o nosso, carente de tanta coisa, (com o bom senso na cabeça do pelotão...) a imprensa se esborregue em três diários desportivos. Três!
Não me dei ao trabalho (para mim penoso - o desprezo que nutro pelos diários desportivos é comparável ao que alguns ministros do governo têm pelos seus "tutelados") de ir ver o interior do jornal. Mas não me espanta que nele a dita notícia tivesse tratamento de duas páginas, como toda a situação clínica do jogador explicada aos paisanos.
Por outro lado, sobram pelas ruas do país, casos que careciam de duas linhas de jornal, 15 segundos de rádio ou televisão...
Porém, os superiores desígnios cimentam a indiferença e a selecção criteriosa do que se quer dar a conhecer. Não são os nossos olhos e sentidos que vêem e interpretam, são os olhos de alguém e os seus sentidos, outros olhos e outros entidos, que o fazem por nós.
Independentemente das melhoras no pescoço do jogador de matinal página inteira, há tanta vida, tantos sub-mundos e tão mais importantes para além do sub-mundo do futebol.
Outros sub-mundos que teimam em manter-se por baixo do bem estar da consciência (que se quer tranquila e ensonada) de todos nós.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A MULHER DE NEGRO


Lurdes é uma mulher só.
Caminha todos os dias pela berma do tempo, alheia às coisas que a rodeiam.
Olha-se ao espelho, roda a cabeça
(Tenho poder)
Do seus bolsos saltam-lhe pedaços de autoridade
(Sou teimosa)
Que junta por decreto pessoal no exercício dos seus actos
(Temem-me)
Lurdes veste de negro
(Ivone Silva dizia - "Com um vestido preto eu nunca me comprometo!")
Olha-se de novo ao espelho
(Tenho poder)
Da sua mala saltam-lhe bocados de incompreensão
(Estou certa. Absolutamente certa!)
Que junta em notas para a comunicação!
(Caminho direita e firme!)
Lurdes, de negro, firme e resoluta
(Eu sei!)
Não sabe, não ouve, não vê!
(Eu posso!)
Lurdes veste de negro!
(Não posso?!...)
NÃO!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

AS VOZES QUE SE (NÃO) OUVEM

Ainda em relação a esta temática da manifestação dos professores e para que as vozes se ouçam de diversos quadrantes, alguns deles claramente insuspeitos, convido-vos a ouvir aqui a crónica de hoje, 10 de Novembro, de João Gobern na Antena 1, de Fernando Alves na TSF, aqui e, já agora, ler aqui um texto de Alfredo Barroso (acompanhado de uma foto não inocente e reveladora...), um socialista assumido e que numa visão desassombrada e longe de subserviências ao "querido líder" explica ao que vem, por onde andamos e para onde iremos.
Curiosamente, Alfredo Barroso transporta-me a um senhor (seu tio) que, quando lhe interessa (sempre assim foi...), emite os seus "doutos" juízos sobre as coisas... Alguém sabe o que é que o dito "pai" da democracia pensa de duas manifestações gigantescas da classe docente?
Mário Soares, ele mesmo, ainda não abriu a boca para "comentar" a situação e não disse um átomo sobre os tiques ditatoriais da senhora Ministra Lurdes Rodrigues.
...Há silêncios brutalmente ruidosos e que, pela sua simples ocorrência, explicam tanto como mil palavras escolhidas...
E já agora, Cavaco!
O que pensará e dirá (se é que dirá...) o Presidente da República, Cavaco Silva?!...

sábado, 8 de novembro de 2008

PERIGOSOS


A manifestação dos cem ou cento e tal mil professores de hoje, tal como a de Março, valerá nada.
A Ministra, com o maior cinismo possível, desdenha dos professores, dos "manifestantes" e claro, a mando do "grande chefe", mandará a avaliação, essa abstrusa criatura, seguir o seu caminho.
Há uns quantos pontos sobre os quais não tenho dúvida:

1 -
Com um qualquer governo do PSD ou dito de "direita ou centro-direita", esta manifestação não se realizaria. A de 8 de Março passado já teria feito cair uma Ministra(o) da Educação (ou até um governo - Santana Lopes, goste-se ou adore-se caiu por bem menos...) que ousasse parir tal modelo de avaliação e tentasse, conseguindo, colocar os professores, TODOS, contra os outros e tidos como uns malfeitores, parasitas, malandros e possuidores dos piores defeitos do mundo.

2 - As manifestações de hoje e de Março vão, pois, ser meros exercícios estatísticos que o governo usará, daqui a meses e com todo o descaramento (que lhe sobra) alegando ter levado adiante uma "reforma sem precedentes no ensino em Portugal", contra tudo e contra todos, revelando assim à nação, o seu impulso reformista e transformador.

3 - Apenas uma paralisação dos professores, global ou perto disso e por uma semana ou duas lançando o caos no país (tal como fizeram os camionistas a quem depois foi prometido tudo, não fosse a gloriosa nação socrática colapsar...) poderá conter o riso cínico de Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues.

4 - Os sindicatos, cuja linguagem se mantém agarrada aos cânones de há 30 e tal anos não souberam, não sabem e não saberão administrar de modo útil, todo o visível capital de descontentamento da uma esmagadora maioria da classe docente.
Poucas classes profissionais se poderão gabar de reunir numa manifestação, cerca de 85% do seu total, contra a sua tutela e respectivas políticas.

5 - A comunicação social, na sua grande parte comportada como os"animais amestrados", tratará de fazer o branqueamento de toda a situação, relativizando os números, dando voz e mais voz à Ministra e, eventualmente, ao "Grande Engenheiro", tratando de fazer passar a mensagem de que os professores não têm meio átomo de razão, recorrendo a habilidosas manipulações, seja de números, seja do que se diz ou escreve.

Quanto aos professores e aos alunos, por arrasto, serão meros elementos para alimentar estatísticas, manipulados como se fossem marionetas ao serviço de gente perigosa que não olha a meios (manipulação, mentiras e companhia) para atingir os seus fins, repito os SEUS fins!
Tudo isto, em suma, eu resumiria numa palavra que caracteriza este governo e estes tempos:
Perigosos!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

AVISO E CONSELHO

Depois do orgasmo mundial decorrente da eleição de Obama, efectivamente bem preparada/antecipada numa igualmente global masturbação, a expectativa está tão alta que o trambolhão pode vir a ser perigoso.
Vá lá, uma baldezito de água fria nas almas nunca matou ninguém e a prudência , essa desmancha-prazeres, aconselha-o por vezes...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

ANTES QUE SEJA TARDE

Tenho de aqui deixar escrito que hoje, dia das eleições nos EUA, duas coisas poderão acontecer nas análises aos resultados eleitorais, também eles um case study em si...
Duas Américas se entenderão pela boca dos comentadores e especialistas, sejam os nacionais, quase todos devidamente "marcados"; seja pelos internacionais, igualmente bem "estacionados" nas suas convicções e apoios mais ou menos entusiásticos:
1 - Caso Obama ganhe: Os EUA serão, de novo a nação da vanguarda, o povo americano dará mostras de maturidade e inteligência, coisas esquecidas há 8 anos desde que Bush, esse ser bastante estranho, se tornou presidente. A América será grande outra vez.
2 - Caso vença McCain: É a tragédia nas redacções. É a América burra, estúpida, imbecil que se manifesta e o caos está próximo.
Já o escrevi e repito, sou um espectador exterior ao "fenómeno". Não tomo partido.
Apenas prevejo, antecipo, antes que seja tarde, o que pode e vai ser dito/escrito daqui a umas horas.
Lanço o desafio aos 4 ou 5 leitores do Ataque de Caspa...
...Vai uma aposta?!...