segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

VOLTAS PELO MUNDO - I

Dando corpo a um dos pilares deste "Ataque de Caspa", dou início a uma série de três ou quatro postas, com seis fotos cada, sobre as voltas que dei pelo mundo em 2008.
Um mundo "curto" em termos geográficos, mas bem diverso no que respeita às vistas que nos oferece.



Final de tarde na Calheta, Madeira - Setembro


Preparar para voar, BA5 Monte Real - Julho


Nuvens negras sobre uma cidade imortal, Coimbra - Maio


Lua a nascer sobre a planície, Montijo - Novembro


Igreja do Mont'Alto, Arganil - Dezembro


Manhã na baía do Funchal - Setembro

Para melhor visualização das fotos, clicar sobre elas...

CAVACO FALARÁ

Corre por aqui que o Presidente Cavaco Silva vai falar, logo mais pelas 20:15h
Sempre que estas "notas à imprensa" correm, duas sensações se apoderam de mim:
1 - Penso sempre que Cavaco se "vai passar" e dará um valente puxão de orelhas ao governo e ao Parlamento, ficando eu, portanto, cheio de "esperança";
2 - Quando esta sensação passa e demora pouco a passar, fico com a sensação que a "montanha parirá, para não variar, mais um pequeno rato!"
Espero, continuando a não variar, para ver e ouvir.
Entretanto, já tenho preparada uma pequena "ratoeira", não vá o "pequeno rato parido" passar aqui por casa...

domingo, 28 de dezembro de 2008

ARQUIPÉLAGO DE NADAS

"(...) o meu pai na vila como se apenas a vila conseguisse existir, reinando sobre a poeira dos mortos
(há momentos em que me pergunto se não estamos todos mortos salvo o meu irmão a contemplar o relógio de que o esmalte dos números se deslocou com o tempo)"

"(...) uma dificuldade de ferrugem corrigia a direcção do silêncio, não o silêncio da ausência de ruído, uma mudez feita de vibrações que se anulavam umas às outras de muita gente a falar e apenas reparamos nas bocas que não têm e nos vapores da terra de que nasciam insectos(...)"

In "O Arquipélago da Insónia" - António Lobo Antunes


NOVA CARA


Um lapso de tempo, roubado ao sono, deu para algumas alterações no visual desta coisa.
No cabeçalho, um pedaço do "Nocturno" de Miró, (inteiro por cima deste texto) alguém cuja arte me agrada de sobremaneira.
Alterações também nas cores. Os cinzentos deram lugar aos verdes. Troquei a sombra por doses desejadas de esperança.
Espero que o interesse do blog se mantenha (e por vezes interrogo-me se o tem) e, se possível, aumente, pese embora seja eu o único responsável pela sua gestão, logo o culpado pela qualidade (ou sua ausência) do que se aqui vê ou lê.
A caspa continuará, pois, meio indiferente à sua reduzida expressão, tomadas as audiências no seu quê de interpretáveis. O tempo se encarregará de marcar o futuro.
Como diz a frase agora na coluna da direita, na lucidez de Oscar Wilde e adaptada a dita aos blogues: "Viver é o que há de mais raro. A maioria (dos blogues - acrescento eu) apenas existe."

sábado, 27 de dezembro de 2008

2009?

Quando penso no novo ano de 2009, fico com a impressão que este de 2008 - quase a acabar- e que foi francamente negativo para mim, pode muito bem ser uma espécie de "menino de coro" dos últimos anos.
Há por aí uma Lei de Murphy que diz: "Quando uma coisa pode correr mal, há todas as..."
...Não, não!...
Quando se fala em algumas doenças, parece que acabamos por apanhá-las!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

DEMASIADO PEQUENOS


Quando ontem à noite conduzia, de regresso a Coimbra, uma "estrela cadente" surgiu-me pela frente.
Na sua normalidade, o fenómeno não deixou de me "tocar", fosse pela sua beleza intrínseca, fosse pelo conteúdo interpretativo.
Perante o rasto de luz visível, percebemos como temos por cima de nós um "capacete" protector chamado atmosfera, algo não decretável por leis governamentais, nem tão pouco pelas "férreas certezas" do Primeiro-Ministro, por muito que ele o quisesse na sua ânsia de "salvador popular".
Porém, o fenómeno visível, não esconde a imensa fragilidade a que estamos expostos.
Não passamos de grãos de pó, hiper-vulneráveis a forças que não controlamos, por muito que as possamos adivinhar como iminentes ou prováveis num qualquer dia do futuro.
Tudo isto me leva a pensar que esta vulnerabilidade espacial é imensamente mais "relativa" do que as nossas glórias ou desgraças terrenas; ao colapso dos bancos ou do nosso "estilo de vida"; aos decretos dos governos e governantes; às guerras de instituições; aos lapsos e relapsos dos controladores e vigilantes dos nossos sistemas funcionais.
Um simples meteoro que a atmosfera deixe "escapar" e que tenha uma dimensão importante, deixa numa prateleira de insignificâncias, todos estes "problemas" em que nos embrulhamos presentemente.
Somos demasiado pequenos perante um universo de força e dimensão esmagadoras.

sábado, 20 de dezembro de 2008

AS MOEDAS


Segundo Cavaco Silva, o Presidente ausente, a "má moeda", aqui há uns 4 anitos, precisava de ser banida.
E foi.
Agora parece que quer voltar, entrando pela porta da capital!
Tudo desdenha, principalmente a laboriosa formiga morena, outros com pânico mal disfarçado, etc e tal...
Deixem cá ver se percebo ou se alguém dá uma ajudinha e para tal...
...Cá vai pergunta, certamente tão idiota como infantil:
Que tipo de moeda é a que temos no governo?

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

PERGUNTAS INFANTIS

Imagem daqui

Onde está Cavaco Silva?
E se está no país, o que anda a fazer?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

CURTO E GROSSO

Este blog é e será, já o escrevi, idiossincrático.
As ausências nele reflectem estados e alma, cansaço ou algo mais que pouco interessa a quem me lê.
Não gosto e nem devo ser o meu próprio tópico...
Até breve!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

CULTO DA BELEZA

Cláudia Vieira

Vivemos num tempo mais ou menos ensandecido.
Não que a noção de loucura nos atropele em pleno passeio, mas que há um certo ar de descontrole, isso parece-me factual.
Um dos sinais deste mundo deslizante entre a virtude e o temor, é a obsessão pela beleza, pela fama e pelos holofotes da exposição.
Se a "coisa" pelo lado do mundo da moda até se compreende e é mais ou menos sucedâneo da sua história, o fenómeno, por exemplo no que toca ao futebol, já é dado a maiores e mais susceptíveis interpretações.
Lembro-me do tempo em que os jogadores de futebol eram manifestamente feios, com grandes bigodes ou barbas mal aparadas, todos parecidos com iranianos ou turcos em potência, como se tivessem saído de uma linha de montagem humana. Não ligavam duas frases, bocejavam trivialidades (como aliás ainda fazem - com raras mas honradas excepções...) e não tinham os autocarros de mulheres e jornalistas a morderem-lhes os calcanhares... E talvez jogassem mais futebol, já agora.
O exemplo de Cristiano Ronaldo é paradigmático, não sendo, obviamente único. Não há semana que não apareça em revistas, não de futebol, mas de tricas e futilidades, de televisão ou de consultórios sexuais e afins.
À sua volta já gravita uma boa mão cheia de dependentes, alguns deles com instintos algo necrófagos, mas todos eles encorpando a ideia de que ali, muito para além do jogador de futebol, está alguém cuja vida pública e privada dá alimento a muita gente.
É uma doentia teia de interdependências e interesses que conspurcam os arredores e o miolo do futebol, que deixou há já algum tempo de ser um desporto, para ser algo mais ou menos indefinível...
Voltando ao culto da beleza, lamento pelo senhor (ou menino) Cristiano Ronaldo, mas acho, por exemplo, a Cláudia Vieira infinitamente mais interessante, mais definível, mesmo sem jogar à bola, mesmo sem emitir um som!
Não é preciso.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

COIMBRA

Foto: A. Luís

Nasci cá.
Vivo, actualmente, cá!
Recentemente, vindo por autoestrada, deparei-me (como em tantas outras vezes) com o painel que a desembrulha e anuncia como: "Capital do conhecimento".
Acho que, para merecer de facto este epíteto, Coimbra deveria começar por conhecer-se bem a si mesma, coisa que, de há décadas não acontece.
O percurso da cidade, pós-revolução e depois de ter perdido a "protecção" do regime ditatorial tem sido errático, sendo que o único fio condutor que tem mantido é o da perda sistemática e paulatina de importância, seja económica (basta passar pela sua zona Norte - Pedrulha e arredores e ver os cadáveres industriais que a deveriam fazer corar de vergonha); seja social (a sua universidade está mais ou menos banalizada por outras muito mais recentes...) ; seja no plano político em que salvo os "jarrões" que decoram ainda o sistema, nada de novo tem conseguido dar à luz...
Posto isto, a cidade cá está, ensimesmada, às vezes desesperada e em bicos dos pés, mas incerta entre o que foi, o que é e o que não sabe que quer ser...
..."Cidade-capital do (des)conhecimento", arriscaria

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ENTÃO DEIXEM VER SE PERCEBO...

Então a Senhora Ministra da Educação, do alto das duas iluminadas certezas, vem agora dizer que se calhar até mudava este modelo de avaliação, mas só para o ano?
Então, ao dizer semelhante "coisa", a penteada senhora não está a admitir, preto no branco, que este modelo não serve?
Então e se não serve, logo é errado, vai ser aplicado contra tudo e contra todos?
Então não há quem introduza naquela pétrea cabeça que, ao dizer uma "barbárie" destas, todo o seu argumentário (já de si débil) se desmorona como um castelo de cartas?
Então, perante tudo isto: as mega-manifestações, as greves históricas (que o governo relativizou com um retórico mas não despiciendo "adesão significativa"), com os recuos na fórmula (que são chupa-chupas salobros) e agora com estas declarações a cheirar a bomba, a senhora não ganha meio átomo de vergonha e deixa o seu lugar ministerial?
Então e os sindicatos?
Eu compreendo o seu problema: duas mega-manifestações, uma greve histórica... É como ter um menino coberto de ouro e não saber o que lhe fazer. A sua mensagem esbarra na acomodação dos media que mais "facilmente" se deixam levar/seduzir pela propaganda e pelos statos quo político do governo, do que pela realidade que apenas lhes interessa porque sim ou porque não.
Então, sinceramente, e sem ironias, manifesto aqui pública nota de incapacidade para entender esta realidade...
Deve ser, certamente, um (grave) problema meu...