Está mais que visto que não tenho tido ataques de caspa.
Os 3 seguidores do blog e os mais 5 ou 6 errantes que se dão ao trabalho de vir cá espreitar já o terão percebido.
O facto é que não sou um papagaio de profissão, nem tão pouco me vejo "obrigado" a escrever quando, manifestamente, não tenho vontade de o fazer e tudo ou quase tudo ao meu redor me retira vontade, inspiração, etc...
Como é possível, por exemplo, comentar o "absolutismo" do Primeiro-Ministro quando desdenha com cara de enojado, de mais de 200 mil pessoas que, segundo ele, se deixaram manipular pelos sindicatos e pelos partidos da esquerda (que não a "dele")? Tudo nas suas palavras é tão absoluto, que o absurdo se torna possível... Alguém que não esteja com ele, está contra ele. Alguém que não admire a sua obra é tratado como uma aberração ou algo não caracterizável...
Como é possível ter vontade de discorrer sobre a autêntica "enrabadela a sangue frio" que os professores estão a levar, desde que esta gente decidiu tomar conta da educação lusitana?
Eu também estou metido ao barulho. Lá entreguei, obediente como um cachorrinho, os objectivos individuais e lá irei, qual estagiário, (tentar) provar aos meus colegas avaliadores que me desenrasco minimamente frente a uma turma e que sei um átomo sobre a disciplina que lecciono e que, com mais brilhante ou menos brilhante performance, consigo que os meninos percebam e se interessem durante 3 minutos, sobre a aula, sem esquecer a pilha de papéis que terei de ter "arranjadinhos" para "que conste"!
Posto isto, alguma luminária já se deteve a perceber que as greves de professores (em que participei) serviram para nada, que as duas "super-manifestações de 120 mil" valeram zero e que com esta classe profissional será SEMPRE, come e cala, por mais asnos que sejam os mandantes da 5 de Outubro? E lá na 5 de Outubro, eles sabem disto e souberam, astutamente, (de asnos terão afinal muito pouco...) esperar pelo tempo que passa para que toda a poeira assentasse.
Daqui a umas semanas, esperem pelo sorriso da ministra e dos seus serviçais, com o chefe de banda certamente por perto, a glorificarem a "grande reforma" da educação pública, com os meninos na sua realidade Twiter, Hi5 e Playstation e os professores, caladinhos, a colocarem água fria no rabinho por via das dores!
Como é possível, ao fim destes anteriores "como é possível", ter vontade de ordenar as letras, formar palavras, encadear raciocínios e, finalmente, não deixar morrer o "Ataque de Caspa"?
.......! (O Provedor do Ataque de Caspa mandou retirar a palavra...)