domingo, 28 de dezembro de 2008

ARQUIPÉLAGO DE NADAS

"(...) o meu pai na vila como se apenas a vila conseguisse existir, reinando sobre a poeira dos mortos
(há momentos em que me pergunto se não estamos todos mortos salvo o meu irmão a contemplar o relógio de que o esmalte dos números se deslocou com o tempo)"

"(...) uma dificuldade de ferrugem corrigia a direcção do silêncio, não o silêncio da ausência de ruído, uma mudez feita de vibrações que se anulavam umas às outras de muita gente a falar e apenas reparamos nas bocas que não têm e nos vapores da terra de que nasciam insectos(...)"

In "O Arquipélago da Insónia" - António Lobo Antunes


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