domingo, 15 de março de 2009

COMO É POSSÍVEL TANTO ABSURDO? (Actualizado)


Está mais que visto que não tenho tido ataques de caspa.
Os 3 seguidores do blog e os mais 5 ou 6 errantes que se dão ao trabalho de vir cá espreitar já o terão percebido.
O facto é que não sou um papagaio de profissão, nem tão pouco me vejo "obrigado" a escrever quando, manifestamente, não tenho vontade de o fazer e tudo ou quase tudo ao meu redor me retira vontade, inspiração, etc...
Como é possível, por exemplo, comentar o "absolutismo" do Primeiro-Ministro quando desdenha com cara de enojado, de mais de 200 mil pessoas que, segundo ele, se deixaram manipular pelos sindicatos e pelos partidos da esquerda (que não a "dele")? Tudo nas suas palavras é tão absoluto, que o absurdo se torna possível... Alguém que não esteja com ele, está contra ele. Alguém que não admire a sua obra é tratado como uma aberração ou algo não caracterizável...
Como é possível ter vontade de discorrer sobre a autêntica "enrabadela a sangue frio" que os professores estão a levar, desde que esta gente decidiu tomar conta da educação lusitana?
Eu também estou metido ao barulho. Lá entreguei, obediente como um cachorrinho, os objectivos individuais e lá irei, qual estagiário, (tentar) provar aos meus colegas avaliadores que me desenrasco minimamente frente a uma turma e que sei um átomo sobre a disciplina que lecciono e que, com mais brilhante ou menos brilhante performance, consigo que os meninos percebam e se interessem durante 3 minutos, sobre a aula, sem esquecer a pilha de papéis que terei de ter "arranjadinhos" para "que conste"!
Posto isto, alguma luminária já se deteve a perceber que as greves de professores (em que participei) serviram para nada, que as duas "super-manifestações de 120 mil" valeram zero e que com esta classe profissional será SEMPRE, come e cala, por mais asnos que sejam os mandantes da 5 de Outubro? E lá na 5 de Outubro, eles sabem disto e souberam, astutamente, (de asnos terão afinal muito pouco...) esperar pelo tempo que passa para que toda a poeira assentasse.
Daqui a umas semanas, esperem pelo sorriso da ministra e dos seus serviçais, com o chefe de banda certamente por perto, a glorificarem a "grande reforma" da educação pública, com os meninos na sua realidade Twiter, Hi5 e Playstation e os professores, caladinhos, a colocarem água fria no rabinho por via das dores!

Como é possível, ao fim destes anteriores "como é possível", ter vontade de ordenar as letras, formar palavras, encadear raciocínios e, finalmente, não deixar morrer o "Ataque de Caspa"?

.......! (O Provedor do Ataque de Caspa mandou retirar a palavra...)

quinta-feira, 12 de março de 2009

IMPRESSÃO?

Estou a ficar com a impressão que este blog também se está a tornar...
Um blog impossível!
.

segunda-feira, 9 de março de 2009

O PAÍS IMPOSSÍVEL

1 - Quando olho e reflicto dois segundos sobre a Guiné Bissau e a sua história recente, semeada de golpes e "soluções" pacificadoras, apenas uma ideia ganha forma na minha mente...
A Guiné Bissau, como outros estados africanos, é um país impossível!

2 - Ao ver e ouvir Medina Carreira e a clareza (eventualmente tremendista-pessimista) com que fala sobre o país e quem nos (des)governa, chego à conclusão que Portugal é, também, um país impossível!
...A meia entrevista, a pérola:
Mário Crespo: Já pensou em criar um novo partido?
Medina Carreira: Para quê? Já há suficientes "casas de mulheres de má vida" no país!...

sábado, 7 de março de 2009

AVESTRUZ



Esta ausência, entre o voluntário e o seu contrário, não me causa grande perturbação.
Estar alheado deste mundo e das suas palpitações é, não raras vezes, um exercício saudável e libertador.
Nestes dias de afastamento, algumas coisas aconteceram que talvez merecessem que sobre elas escrevesse algo. Contudo, o silêncio pareceu-me sempre mais apetecível do que perorar com maior ou menor acidez ou candura sobre elas.
Por exemplo, o que será possível dizer (passado este tempo) sobre o esfíngico congresso do PS ocorrido no passado fim de semana?
Apenas que ele foi o espelho de muito do que nos rodeia, isto é, uma actualidade "formatada", em que algumas cabeças regulam (tentam regular...) o que muitas outras devem pensar. Sócrates limitou-se a passear a "classe" perante os seus devotos e a ocupar espaço nas televisões, restando a sensação que, em termos práticos, aquilo foi zero e será zero, pois que, volvido este tempo, ninguém reteve meia amostra de uma ideia interessante para o futuro colectivo.
Por uma questão de higiene, alheei-me por completo dessa manifestação básica de formatação de pensamento que foi o pretérito encontro de "entretidos do poder, obedientes e admiradores do chefe de banda".
Como a Avestruz, preferi colocar a cabeça na areia e pensar que entre grãos de areia, asfixias prováveis e abafos certos, seria sempre preferível a deixar-me tocar por esse cavalgante propósito de "globalizar" pensamentos e atitudes, face à realidade observável e à não visível.
Este "Ataque de Caspa" é um local errante, que não se vende ao rebanho e, com os seus 10 ou 12 leitores, luta pela possibilidade de se poder escrever qualquer coisa, tenha o interesse que tiver, sem as subjugações partidárias, sem os interesses corporativos, sem que alguém determine o que pensar, escrever e ou praticar, sem que alguém limite ou estabeleça o alcance da liberdade
Num tempo de liberdades digamos que "algo beliscadas" pela cavalgada formatadora, há que manter identidades e consubstanciar a ideia de que é possível, inclusivamente, pensar em nada, escrever nada, dizer coisa alguma, quanto mais não seja, apenas porque apetece!

segunda-feira, 2 de março de 2009

VOLTAR?

Estará na hora de regressar?!...












...Pronto.


Talvez não.

Há um manto de nevoeiro entre os meus olhos, a realidade e a vontade de discorrer dois sons ou duas sílabas sobre ela.


Até breve
!