terça-feira, 7 de outubro de 2008

ABANDONO

Um dos objectivos deste espaço é respirar da intoxicação mediática e noticiosa, servida em bandejas de manual, com os assuntos "que interessam".
No caminho de 125 km que todos os dias faço de casa à escola e vice-versa, poucas coisas me ferem mais a vista que o abandono crescente dos campos, sobretudo se tivermos em conta que, excepção feita à cidade de Coimbra (que atravesso) e de uma coroa de uma dezena de quilómetros em seu redor, tudo é paisagem rural, com floresta (monocultura de Eucalipto e esparsos pinheiros a definhar pragas de Nemátodo) e aldeias e lugares.
Nestes, a área de terras outrora de cultivo e hoje ao abandono é demasiado chocante para fingirmos que não existem.
Uma ou duas questões se prefiguram ante o cenário...
- Que consequências ambientais tem este abandono?
- Que repercussões económicas se podem esperar?
Esquecemo-nos que as prateleiras do supermercado só têm o que se lá põe. Quando não houver para por, toda esta facilidade consumista se esfumará em tragédia global.
Não é pessimismo, é um cenário que considero real a prazo e cujas consequências serão (im)previsíveis.

Sem comentários: