quinta-feira, 27 de novembro de 2008

BOLA


Nutro um desprezo controlado pelo futebol. Raramente escrevo sobre ele, não vou aos estádios e não presto nenhuma espécie de vassalagem aos jogadores ou aos seus dirigentes. Não é o desporto em si que me repugna, mas sim os calhaus e demais identidades rochosas que gravitam à sua volta.
Esta semana, dois clubes portugueses (Sporting e Benfica) foram brindados com derrotas de mão cheia, como aliás, há pouco tempo um outro clube (FCPorto)foi goleado em Londres. Coincidentemente (ou não), os três maiores clubes nacionais, aqueles que dizem com o peito meio cheio que "representam a nação".
Por muitas lérias que os especialistas do regime futeboleiro debitem, por mais verborreicas e imaginativas sejam as páginas dos três diários desportivos (reveladores da doença instalada), o que sobra e o que se regista na espuma da memória é a triste figura do futebol português.
Três goleadas a juntar a meia dúzia que a selecção empacotou em Brasília recentemente.
Postas estas "tragédias" no tampo da mesa, dirigentes e demais abutres do cadáver futeboleiro dizem nada e pairam, teimosos, sobre o cadáver. Enfiam caras tristes, cabisbaixas, dizem umas vacuidades, esperam que o tempo apague as catástrofes da memória.
Estranhamente, (ou não!) tudo lhes corre de feição, porque nada muda... A memória no futebol é tão curta como as cabeças que a guardam!

3 comentários:

Anónimo disse...

Para quem não liga a futebol, a tua análise é digna de uma mestre da comunicação social.
Se te quiseres candidatar à FPF tens o meu voto.

Anónimo disse...

O anónimo das 16:55 é o colega e fan Ângelo Cortesão.

Pedro Viseu disse...

A derrota do F. C. P. foi digerida pela vitória magníficamente obtida contra o Fenerbahçe. Quanto ao resto, concordo em toda a linha com a tua posição.