segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

DEMASIADO PEQUENOS


Quando ontem à noite conduzia, de regresso a Coimbra, uma "estrela cadente" surgiu-me pela frente.
Na sua normalidade, o fenómeno não deixou de me "tocar", fosse pela sua beleza intrínseca, fosse pelo conteúdo interpretativo.
Perante o rasto de luz visível, percebemos como temos por cima de nós um "capacete" protector chamado atmosfera, algo não decretável por leis governamentais, nem tão pouco pelas "férreas certezas" do Primeiro-Ministro, por muito que ele o quisesse na sua ânsia de "salvador popular".
Porém, o fenómeno visível, não esconde a imensa fragilidade a que estamos expostos.
Não passamos de grãos de pó, hiper-vulneráveis a forças que não controlamos, por muito que as possamos adivinhar como iminentes ou prováveis num qualquer dia do futuro.
Tudo isto me leva a pensar que esta vulnerabilidade espacial é imensamente mais "relativa" do que as nossas glórias ou desgraças terrenas; ao colapso dos bancos ou do nosso "estilo de vida"; aos decretos dos governos e governantes; às guerras de instituições; aos lapsos e relapsos dos controladores e vigilantes dos nossos sistemas funcionais.
Um simples meteoro que a atmosfera deixe "escapar" e que tenha uma dimensão importante, deixa numa prateleira de insignificâncias, todos estes "problemas" em que nos embrulhamos presentemente.
Somos demasiado pequenos perante um universo de força e dimensão esmagadoras.

2 comentários:

Madeira disse...

É essa imenssa vastidão, esses contínuos mistérios, que nos absorvem completamente.
É belo..., já sabemos muito, mas continuamos sem saber ainda nada.
...e ainda bem.

Anónimo disse...

Não podia estar mais de acordo...
Tanto com o autor como com o comentador! =)